Um
dia percebi que não queria mais nada. Nada mais valia a pena, nem a vida.
Me
perguntava: “O que eu tinha?”, “Quem eu era?” “O que eu significava para mim
mesma?” e a resposta era sempre a mesma: “Nada”
Um
NADA bem grande e me sentia um monte de merda boiando na lagoa. De mãos e pés
atados, sem nada poder fazer por ninguém, nem por mim mesma.
Porém
o que mais me incomodava era a sensação de desespero terrível que não conseguia
acalmar, abrandar.
Orava
feito louca; não que eu não acreditasse, pois sempre acreditei que “Não
existisse oração sem resposta!”, mas parecia piorar ao invés de melhorar aquele
desespero...
Em
uma das crises, minha mãe me disse (pq eu não me lembro), que eu estava
agarrada as pernas, com a cabeça na parede e batendo a cabeça e dizendo “Não
vou, não vou, não vou!”. Ela disse que não entendia nada, pois eu chorava muito
e com tanto desespero.
Correram
comigo para o psiquiatra, e enquanto eu esperava só fazia chorar, queria sair
correndo, me sentindo sozinha e vazia. Não me importava nem um pouco se as
pessoas estavam olhando ou não, o que falavam ou o que pensavam, eu queria
minha cama, meu travesseiro, ficar sozinha e no meu escuro.
Sair
com os amigos???? Tá louca??? De forma alguma. Só a minha cama, o meu mundo, o
meu vazio.
Trabalhar
estava sendo um grande fardo pra mim.
Existir
estava sendo um grande desperdício.
Viver
estava sendo o maior de todos os desesperos.
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