segunda-feira, 30 de junho de 2014

A Doença anatomicamente falando.

A depressão é uma síndrome cujas reações no organismo são muito mais amplas do que as alterações de humor perceptíveis. Ela engloba desde a deficiência no nível de alguns neurotransmissores – serotonina, noradrenalina e dopamina – até alterações em níveis hormonais. Com menos “mensageiros”, a comunicação entre neurônios fica prejudicada e também a regulação das funções desses neurônios. A partir daí, o corpo – e a mente – começam a padecer. A deficiência de neurotransmissores traz ainda a diminuição de substâncias protetoras dos neurônios, podendo causar inclusive morte de células cerebrais.
Os sintomas da depressão ocorrem devido a alterações no processamento de informações e disfunções na transmissão de sinais entre neurônios, em diferentes regiões do cérebro, segue alguns:

  • Fadiga Córtex pré-frontal
  • Núcleo estriado
  • Córtex pré-frontal
  • Hipotálamo
  • Tálamo
Devido ao quadro depressivo, o hipotálamo – região cerebral que, entre outras funções, coordena a produção de hormônios em diferentes glândulas – estimula a produção de cortisol (conhecido como hormônio do estresse) em excesso. Essa alteração ajuda a liberar fatores inflamatórios e a diminuir a capacidade imunológica do organismo. Por isso, os pacientes depressivos têm maiores chances de adoecer do que aqueles que não sofrem da doença.
A depressão pode tornar-se crônica por conta da disfunção do cortisol. Nestes casos, quanto mais tempo demora para o paciente receber o tratamento correto, menores são as chances de sucesso.


TRATAMENTO DA DEPRESSÃO - EVOLUÇÃO

Tricíclicos  - Primeira geração de antidepressivos, muito eficazes, atuam bloqueando o “transporte” dos três principais neurotransmissores relacionados à depressão: serotonina, noradrenalina e dopamina. Como causam muitos efeitos colaterais, a adesão ao tratamento fica prejudicada.
IMAO - inibidores da monoaminaoxidase. A monoaminaoxidase é uma enzima responsável por “desativar” a serotonina, a noradrenalina e dopamina. Assim, os medicamentos IMAOs agem diretamente nesta enzima, a fim de aumentar a disponibilidade dos três neurotransmissores que têm papel importante na depressão.
ISRS - inibidores seletivos de receptação de serotonina. Com mecanismo de ação focado no bloqueio da serotonina, esses medicamentos possuem menos eventos adversos do que os medicamentos anteriores a ele. Conhecida como segunda geração de antidepressivos, a classe é uma das mais utilizadas para a depressão, melhora a adesão do paciente ao tratamento, mas não possui a mesma eficácia dos tricíclicos.
IRSN ou Duais - inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina.  Conhecidos como terceira geração de antidepressivos, esses medicamentos atuam sobre os neurotransmissores serotonina e noradrenalina e aliam eficácia no controle da doença com menor interação medicamentosa e menos efeitos colaterais. 

domingo, 29 de junho de 2014

Noradrenalina e a Dopamina, o que representam na doença?


Noradrenalina
“Ela influencia o nosso humor, felicidade, prazer, entusiasmo, autoconfiança e o estado de alerta.”

A noradrenalina é o neurotransmissor libertado pelos nossos neurônios, que mais influencia o nosso humor, felicidade, prazer, entusiasmo, autoconfiança e o estado de alerta. Outro importante neurotransmissor é a serotonina, que também interfere com alguns sintomas emocionais como a agressividade e impulsividade, para além de influenciar o apetite, comportamento sexual e dor.
Quando estes dois neurotransmissores existem em quantidades normais, nas ligações dos neurônios, não é sentido qualquer tipo de sintoma de depressão, seja ele físico ou emocional. Porém, uma pessoa deprimida não tem a quantidade suficiente de noradrenalina e serotonina nas ligações entre os neurônios. 
O tratamento com antidepressivos, seguido de acordo com a prescrição do médico, aumenta a disponibilidade de noradrenalina e serotonina para que se obtenham níveis normais.
A noradrenalina é apenas um complemento e/ou coadjuvante com a serotonina.


Dopamina
“É sabido que a dopamina é importante nas vias da satisfação.”

sábado, 28 de junho de 2014

Serotonina o que representa na doença?


“Ela regula sono, humor, apetite e ainda ajuda a combater a enxaqueca”

Os neurotransmissores representam os mensageiros do cérebro. Eles são substâncias químicas que permitem que os neurônios passem sinais entre si e para outras células do corpo, o que os torna importantíssimos em nossas funções vitais. Há muitas funções e muitos neurotransmissores, mas um deles merece destaque: a serotonina
A serotonina é responsável pelo estado de vigília de nosso cérebro, ou seja, ela que nos deixa em alerta. Para que uma pessoa tenha um sono adequado, ela age de duas formas diferentes. A princípio, regula a primeira fase do sono, chamada de "sono lento". No entanto, explica a neurologista Dalva Lucia Rollemberg Poyares, da Unifesp, para que a fase mais profunda aconteça - o sono REM -, esse neurotransmissor deve estar inibido.
Depressão e outros distúrbios de humor 
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a depressão não significa, exatamente, a falta de serotonina em nosso organismo. A crença talvez tenha vindo da efetividade da ação de antidepressivos que aumentam a disponibilidade do neurotransmissor no cérebro. A neurologista Dalva Lucia Poyares explica que, na verdade, o que acontece em casos de depressão, ansiedade e outros distúrbios afetivos, é que a transmissão de serotonina não está tão efetiva quanto deveria.  
"Alguns antidepressivos atuam inibindo seletivamente a recaptação da serotonina, aumentando dessa forma a quantidade dela nos espaços entre os neurônios, facilitando a neurotransmissão. Isso faz com que a pessoa tenha o seu humor melhorado, diminuindo também a ansiedade e irritabilidade", pormenoriza o neurologista Roberto Godoy, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. "O remédio não vai fazer produzir serotonina, ele vai fazer com que ela não seja degradada. Ele funciona como inibidor da recaptação", completa a neurologista Rosa Hasan.
A serotonina é um dos neurotransmissores responsáveis pelo humor. Estando com transmissão inadequada, é natural que o indivíduo se sinta irritado, mal-humorado, ansioso, impaciente, irritadiço, propenso a chorar etc. Melhorando a qualidade da transmissão, logo existe o alívio deste quadro. O nível adequado de transmissão evita também casos de agressividade, já que o neurotransmissor está ligado ao controle de impulsos em nosso sistema límbico. 

sexta-feira, 27 de junho de 2014

E os sentimentos continuaram...

Um dia percebi que não queria mais nada. Nada mais valia a pena, nem a vida.
Me perguntava: “O que eu tinha?”, “Quem eu era?” “O que eu significava para mim mesma?” e a resposta era sempre a mesma: “Nada”
Um NADA bem grande e me sentia um monte de merda boiando na lagoa. De mãos e pés atados, sem nada poder fazer por ninguém, nem por mim mesma.
Porém o que mais me incomodava era a sensação de desespero terrível que não conseguia acalmar, abrandar.
Orava feito louca; não que eu não acreditasse, pois sempre acreditei que “Não existisse oração sem resposta!”, mas parecia piorar ao invés de melhorar aquele desespero...
Em uma das crises, minha mãe me disse (pq eu não me lembro), que eu estava agarrada as pernas, com a cabeça na parede e batendo a cabeça e dizendo “Não vou, não vou, não vou!”. Ela disse que não entendia nada, pois eu chorava muito e com tanto desespero.
Correram comigo para o psiquiatra, e enquanto eu esperava só fazia chorar, queria sair correndo, me sentindo sozinha e vazia. Não me importava nem um pouco se as pessoas estavam olhando ou não, o que falavam ou o que pensavam, eu queria minha cama, meu travesseiro, ficar sozinha e no meu escuro.
Sair com os amigos???? Tá louca??? De forma alguma. Só a minha cama, o meu mundo, o meu vazio.
Trabalhar estava sendo um grande fardo pra mim.
Existir estava sendo um grande desperdício.
Viver estava sendo o maior de todos os desesperos.

Alterações de humor e afetividade


Obviamente, o paciente deprimido manifesta o humor depressivo. Os reflexos mais típicos desse tipo de humor são os sintomas de angústia, tristeza, vazio, desesperança, desânimo, enfim, a sensação popularmente conhecida como "baixo astral".

Entretanto, para surpresa do público leigo, nem sempre a tristeza clássica está presente no Episódio Depressivo. Algumas vezes, de acordo com determinados traços de personalidade, o paciente pode não manifestar sentimento de tristeza e concentrar suas queixas em somatizações, em dores e outras queixas físicas, tais como cefaléia, dor de estômago, dor no peito, tonturas, etc.

Apesar disso, a atitude da pessoa com humor depressivo, mesmo sem as queixas de tristeza, pode ser percebido indiretamente por sua expressão facial, pelo olhar triste, fixo e sem brilho, pelos ombros caídos e por uma notável tendência ao choro e hipersensibilidade sentimental (Bleuler, 1985). Antigamente falava-se em Depressão Mascarada, para se referir a esses casos de depressão sem tristeza mas com muitos outros sintomas.

O humor de pacientes deprimidos pode ser irritável, por causa da tendência a sentir-se facilmente incomodado por tudo, mal-humorado, com baixo limiar de tolerância para frustração. Esse quadro de irritabilidade e explosividade no humor depressivo é uma das manifestações depressivas mais comuns em crianças e adolescentes.

Os deprimidos podem perder a capacidade de sentir prazer, o que os leva ao abandono de atividades anteriormente prazerosas e ao desinteresse por amigos e familiares. Em casos mais graves pode haver incapacidade de experimentar qualquer tipo de emoção, dando a impressão que nada mais interessa ou vale a pena. Nas alterações da afetividade chamei esse estado de “egoísmo afetivo”, colocado entre aspas para sugerir o aspecto involuntário desse egoísmo.

Fonte: PsiqWeb

terça-feira, 24 de junho de 2014

A depressão é uma doença. Sim!!!!!


Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos.

Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são conseqüência e não causa da depressão. Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.

São sintomas de depressão:
·         Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia;
·         Desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas;
·         Diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis;
·         Desinteresse e falta de motivação e apatia;
·         Falta de vontade e indecisão;
·         Sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio;
·         Pessimismo, idéias freqüentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte;
·         A pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio;
·          Interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom "cinzento" para si, os outros e o seu mundo;
·         Dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento;
·         Diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido;
·         Perda ou aumento do apetite e do peso;
·         Insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos freqüentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo);
·         Dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarréia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.

O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem, essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício. A terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente.

Alguns pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios de depressão. A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão.

A técnica auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de aumentar a sua compreensão sobre o processo de depressão e na resolução de conflitos, o que diminui o impacto provocado pelo estresse.

Fonte: Minha Vida